GRUPOS DE TRABALHO
GT 1 - EPISTEMOLOGIA MÍTICA, AFRICANIDADES E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA BÍBLIA: O Ponto de Vista Étnico-racial Cristão, Relações Étnico-raciais na Bíblia, Racionalidade Ética e Processos Civilizatório na Tradição Judaíco-cristã, Literatura e Pedagogia Mítica, Trabalho e Monoteísmo, Ancestralidade e epigenética, Economia e Ciência Política.
Coordenação: Dr. Romilson Sousa (UNINASSAU), Dra. Dayse Luciano (UNINASSAU), Dr. Everton Nery Carneiro (UNEB), Ms. Jorge Luiz Nery de Santana (UEFS)
O GT pretende reunir artigos que tenham como objeto de análise aspectos da religiosidade e espiritualidade de tradição judaico-cristã. Estudos e pesquisas sobre as relações étnico-raciais na Bíblia. Textos que apresentem resultados de resumos, resenhas, entre outros trabalhos acadêmicos sobre a problemática étnico-racial nos textos teológicos e Teologia Negra. Artigos que apresentem análises de aspectos da relação entre tradição judaico-cristã e os modelos econômicos e modelo civilizatório ocidental. Política, trabalho, economia e suas intersecções com a tradição judaico-cristã no ocidente e coma textualidade bíblica. Liturgia, filosofia e hermenêutica judaico-cristã e seus aspectos teórico-metodológicos na produção do conhecimento. Ética, razão e representação, na experiência e tradição judaico-cristã. As religiões Abraâmicas (cristianismo, judaísmo e islamismo) e a globalização. Aspectos da ascensão e mobilidade social nas religiões cristãs. Executivos negros e as religiões cristãs na contemporaneidade. O empreendedorismo evangélico no neopentecostalismo: “a ética protestante e o espirito capitalista” e debates contemporâneos em questão. Politica e Políticos negros e cristianismo. Estudos sobre cristianismo, afrocentrismo e ancestralidade africana: diálogos com as religiões de matriz africana. Estudos comparados entre religiões e a tradição judaico-cristã. Saúde e a população negra: estudos no campo das ciências biológicas e médicas.
GT 2 - Corpos, culturas e relações étnico-raciais
Coordenação: Profa. Dra. Rosangela Souza da Silva (UFRB) | Profa. Dra. Maria Dalva Lima Macedo (UNEB)
As discussões em torno dos corpos possibilitam o desenvolvimento de pesquisas em várias áreas de conhecimentos, tais como: Antropologia, Sociologia, História, Filosofia, Educação, Literatura, entre outras. Desse modo, o nosso Grupo de Trabalho discutirá sobre os corpos negros e serão privilegiadas abordagens que levem em conta, as marcas socioculturais dos corpos; as formas de educar que tentam “encarcerar” os corpos negros; os símbolos e signos que adornam os corpos e os (des)credibilizam nos espaços sociais; estudos de como os impérios coloniais impingiram aos colonizados formas dicotômicas de lidar com seus corpos. Enfim, estudos e pesquisas que se referem aos corpos, histórica e socialmente construídos, atravessados por marcas religiosas, culturais e relações sócio-raciais excludentes, que colocam os corpos negros em desvantagens nos espaços em que circulam.
GT 3 - Literaturas negras/afro-brasileiras, africanas: letramentos da (re)existência para crianças, jovens e adultos
Coordenação: Dra.Maria Anória J. Oliveira (UNEB) | Profa. Dra. Daniela Galdino Nascimento | Doutoranda Ana Fátima dos Santos (UNEB/Pós-Crítica)
O GT visa à acolhida de pesquisas (parciais e/ou concluídas) considerando-se que, apesar de mais de quinze anos de alteração da nossa LDBEN 9.394/96 pela referida lei, ainda persiste a carência de suportes teóricos, críticos, literários e demais linguagens artísticas (letramentos) plausíveis à formação docente em tais campos do conhecimento. Não desconsideramos, nesse contexto, o acintoso cenário de ameaça de mordaça às conquistas históricas galgadas nas instituições acadêmicas, na Educação Básica e em diversos setores socais. Torna-se urgente, portanto, repensarmos o papel das pesquisas frente ao racismo, ao epistemicídio e suas ciladas re/criadas para subjugar as diferenças expressas e impressas em diversas áreas, conforme evidenciado por Carlos Moore (2008) em seu célebre livro Racismo & sociedade. Atentando-nos aos retrocessos atuais, iremos dialogar/debater sobre conhecimentos produzidos na diáspora e em terras africanas (MBEMBE, 2014). Nessa esteira de pensamento convidamos à submissão de pesquisas sobre: literatura negra/afro-brasileira e outras linguagens artísticas, a exemplo de bonecas (os), filmografia, poesia, dança, hip-hop; enfim, letramentos de reexistência negra (SILVA, 2011).
GT 4 - Pensamentos e intelectuais negras(os) na África/Diáspora: diálogos contemporâneos
Coordenação: Profa. Dra. Marluce de Lima Macêdo (UNEB) | Profa. Dra. Ana Cláudia Lemos Pacheco (UNEB) | Doutorando Luiz Gustavo Santos da Silva (PropEd - UERJ)
O GT reúne trabalhos científicos que versam sobre produções/criações dxs intelectuais negrxs, acadêmicxs e ativistas, de contorno nacional e internacional - África & Diáspora, representados em campos de saberes interdisciplinares e interculturais. Essas produções dizem respeito a proposições epistemológicas, estratégias políticas e de transformações sociais. O foco central desta proposta consiste na articulação dos discursos produzidos por intelectuais negrxs e ativistas negrxs no Brasil e no contexto diaspórico, cujas demandas, ao longo do tempo, têm exigido um investimento teórico-político sobre as formas de resistência e Re(existências) decoloniais das populações negras no mundo no enfrentamento ao racismo estrutural e epistêmico. Além desses deslocamentos, este GT prioriza debates produzidos por intelectuais negros e negras que valorizam a memória cultural, histórica e ancestral dos povos negros mundo afora. A proposição de um diálogo sobre produções de intelectuais e ativistas negrxs busca ampliar o conhecimento e o debate sobre estas, particularmente no que diz respeito à potencialização de outros campos de referências que se afastam dos discursos brancos ocidentais e androcêntricos, ainda hegemônicos na (re)produção de conhecimentos no atual contexto brasileiro, apresentando-se enquanto narrativas/discursos situados em outros locais e, portanto, representantes de outras experiências.
GT 5 - Literatura negra contemporânea
Coordenação: Prof. Dr. Jorge Augusto (IFBA), Profa. Dra. Cristian Sales (UNEB), Profa. Dra. Silvana Carvalho (IFBAIANO), Prof. Dr. Silvio Oliveira (UNEB)
Pretendemos acolher e discutir, neste grupo de trabalho, textos que se proponham a discussão da literatura negra, a partir das seguintes perspectivas: do feminismo negro, da crítica contemporânea, das relações entre negritude e periferia, e da proposição de uma contemporaneidade negra na literatura brasileira. Serão privilegiadas perspectivas críticas que abordem a literatura negra a partir dessa produção encruzilhada, acentuado os aspectos éticos e estéticos das produções, mostrando como a textualidade negro-brasileira, em suas múltiplas inscrições, literárias, cotidianas, litúrgicas, musicais etc.. inscreve-se como um desafio para uma crítica literária hegemônica e eurocentrada.
GT 6 - Direito, relações raciais, estado, poder e democracia nas contemporaneidades afro-diaspóricas
Coordenação: Msc. Elisa Rodrigues (UFBA) | Prof. Dr. Nilo Rosa dos Santos (UEFS)
Esta proposta temática pretende suscitar o diálogo acerca do direito e das relações étnico-raciais na contemporaneidade, articulando os saberes acumulados na experiência dos espaços afro-negro-diaspóricos e jurídico-institucional-acadêmico sobre a resolução de conflitos no interior da sociedade. Sobretudo no atual momento de acentuada polarização entre sobrecidadãos e subcidadãos e de desintegração dos direitos, buscam-se propostas insurgentes de alternativa ao projeto neoliberal com intuito de reconstruir a noção de democracia e de problematizar os atuais meios de gerenciamento de conflitos impetrados pelo Estado no bojo das contemporaneidades afro-diaspóricas. Para tanto, serão acolhidas produções que promovam um debate transdisciplinar entre as diversas áreas das ciências sociais e do Direito.
GT 7 - Estudos africanos interdisciplinares: pesquisa, ensino, cooperação e perspectivas de consolidação
Coordenação: Doutorando Denilson Lessa dos Santos (UNEB) | Profa. Dra. Suely Santos Santana (UNEB) | Prof. Dr. Wilson Roberto de Mattos (UNEB)
Os Estudos Africanos, de um modo geral, se apresentam no universo intelectual como um campo interdisciplinar de reflexão, produção de conhecimentos e formação cujos contornos atuais vem se redefinindo no Brasil de forma ainda bastante incipiente se considerarmos as demandas acadêmicas e políticas colocadas pela contemporaneidade, sobretudo, após a edição da Lei Federal nº 10639-03. Em relação à pesquisa, é certo afirmar, tem havido um notável avanço. Tomando como um dos indicadores desse avanço os Programas de Pós-Graduação em diversas áreas das humanidades, percebe-se a emergência de teses e dissertações cujos temas tratam de aspectos diversos de países do continente africano. No entanto, em termos comparativos, as universidades brasileiras ainda estão muito aquém da dinâmica acadêmica e desenvolvimento de áreas institucionais de estudos africanos existentes em um grande número de universidades no mundo. É relevante observar que os estudos clássicos sobre o continente africano, de um modo geral,já não são suficientes para a compreensão das configurações que caracterizam o transcurso histórico dos povos africanos nos seus múltiplos aspectos e formatos histórico-sociais de manifestação, do ponto de vista das demandas políticas de conhecimento daqueles que ocupam posições subalternizadas no âmbito das relações de poder. Como decorrência, não se ajustam mais a formatos epistemológicos, conceituais e temáticos herdeiros de uma tradição intelectual eurocentrada que vem sendo substantivamente criticada ao longo das últimas décadas em nome da necessidade de dar voz e legitimidade a emergência protagonista dos povos subalternizados, não só como objetos de reflexão, mas como sujeitos produtores de culturas, histórias, memórias, saberes e conhecimentos. Sendo assim, a proposta do presente GT é reunir reflexões e pesquisas sobre o continente africano, de diversas áreas do conhecimento, que possibilitem agregar esforços intelectuais e políticos com o objetivo de institucionalizar no interior da APNB uma Área de Estudos Africanos, absolutamente autônoma, inovadora e com sustentação acadêmica independente dos grupos, historicamente hegemônicos, que já monopolizam e segregam grande parte dos espaços, recursos e políticas que fomentam o desenvolvimento satisfatório dos Estudos Africanos no Brasil.
GT 8 - Traduzindo no Atlântico Negro
Coordenação: Profa. Dra. Denise Carrascosa (UFBA)
Propomos diálogos que problematizem a teoria e a prática tradutória, em um sentido genealógico e contemporâneo, a partir das experiências afrodiaspóricas de produção de subjetividades e resistências às diferentes necropolíticas - epistemicidas e genocidas - constitutivas do sistema de governabilidade ocidentalizado. Estaremos atentxs a sugestões de debates que pensem o exercício da práxis tradutória negra, para além de uma conexão entre línguas, como uma plataforma epistêmica estético-política de transcriação de diferentes estratégias de continuidade e expansão da vida negra na afrodiáspora.
GT 9 - Letramentos de reexistência: culturas, subjetividades e identidades
Coordenação: Profa. Dra. Ana Lúcia Silva Souza (UFBA) | Profa. Dra. Irenilza Oliveira e Oliveira (UNEB) | Profa. Dra. Terezinha Oliveira Santos (UFOB) | Doutoranda Ivanete Sampaio (PPGLinc -UFBA)
Os trabalhos recebidos neste eixo devem tratar das diferentes maneiras pelas quais os letramentos se inscrevem nas culturas negras e periféricas, de modo geral como potência de reinvenção e reexistência histórica e (est)ética, entre elas: as produções da cultura hip-hop, as rodas de samba e de capoeira, saraus, slams, maracatus, congados, terreiros e outros lugares de aprender que, dentro ou fora da escola, têm nos permitido, contra hegemonicamente e por meio de um discurso- ação, produzir vida. Os trabalhos também podem refletir sobre a escrita como forma de seleção/exclusão/reexistência do estudante universitário periférico, geralmente oriundo da escola pública, com singulares vivências e contatos com a cultura escrita, a partir da produção dos diferentes discursos que circulam no âmbito escolar/acadêmico. Serão bem-vindos também trabalhos que pensem essas produções de linguagem com outros marcadores de desigualdades, em perspectiva interseccional, que dialoguem com estudos linguísticos. Áreas como Antropologia, Sociologia, História e Literatura em diálogo com o campo de visão de Linguística Aplicada serão acolhidas para (des)pensar o que usualmente se tem produzido como conhecimento colonizador e opressor. Esperamos com esse GT dar continuidade às discussões empreendidas em outros eventos e fóruns nos quais as propositoras vêm, há alguns anos, se perguntando: qual pode ser a potencialidade do conceito de reexistência presença e vozes da população negra, e marginalizadxs no espaço acadêmico e na vida?
GT 10 - Gênero e relações étnico-raciais
Coordenação: Profa. Dra. Angela Figueredo (UFRB) | Profa. Dra. Maria Andréia Soares (UNILAB/BA) | Profa. Dra. Cristiane Santos Souza (UNILAB/BA)
As perspectivas teóricas de gênero e das relações étnico-raciais dão visibilidade à realidade das relações sociais no Brasil e emergem das experiências de grupos subalternizados como parte do processo de suas lutas por auto-afirmação e reconhecimento da diversidade étnico-racial que compõe a sociedade brasileira, a interseccionalidade entre gênero e relações étnico -raciais focaliza sujeitos que até então foram invisibilizados. Nesta perspectiva, buscamos um dialogo interseccional que reflita a condição de gênero, raça, classe e descolonização do conhecimento, bem como pensar nas dessemelhanças entre as mulheres no Brasil e as experiências das mulheres negras, em particular, a partir de debates empíricos e reflexões teóricas que nos leve a pensar a condição de gênero no nosso país.
Partindo do pressuposto de que as mulheres negras estão sujeitas a múltiplas e simultâneas vulnerabilidades, o Coletivo Combahee River (1982), um pequeno grupo de mulheres de Boston publicou um manifesto chamado ‘A Black Feminist Statement”, documento que argumenta que qualquer perspectiva que considere somente a raça ou outra que considere somente o gênero, resultaria em análises parciais e incompletas em relação a injustiça social que caracteriza a vida das mulheres negras e que raça, gênero, classe social e sexualidade, todas elas moldaram as experiências das mulheres negras. O manifesto propunha que os sistemas separados de opressão, como eram tratados fossem interconectados. Assim, os estudos interseccionais se configuram um projeto de justiça social, de equidade de direitos que não só buscam o que produz as diferenças, mas acionam o Estado para aprovação de políticas públicas que contemplem a diversidade.
Em tempos de recrudescimento do conservadorismo, avanço de ideologias que visam oprimir as minorias, bem como servir a elite conservadora brasileira e ao capitalismo de maneira que populações negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhas vem sendo não só oprimidas, mas exterminadas, urge uma discussão que contemple a diversidade. Sujeitos como mulheres, negros, homossexuais vêm sofrendo com crescentes ataques racistas, homofóbicos e o número de feminicídio vem aumentando no nosso país.
Portanto, este GT configura-se um espaço de reflexão das desigualdades raciais, de gênero, classe e sexualidade e oferece subsídios para que cruzemos a linha das diferenças e busquemos o entendimento da diversidade.
GT 11 - Saúde da população negra
Coordenação: Profa. Dra. Edna Araújo (UEFS) | Profa. Dra. Denize Ribeiro (UFRB) | Profa. Dra. Rosa Cândida Cordeiro (UFRB)
Este grupo temático pretende trazer discussões em torno das dimensões raciais e de gênero que impliquem nas condições de vida e saúde da população negra. Enfocaremos: as doenças e os agravos mais prevalentes; as políticas e programas de saúde implementados; a saúde das mulheres negras; os impactos do racismo na saúde; as estratégias de promoção da saúde da população negra; avaliações de situações de saúde e de políticas; relatos de experiências e de práticas desenvolvidas. Os diversos aspectos em diferentes áreas da saúde e em variadas fases da vida. Relatos de estudos e pesquisas e de projetos de extensão que enfoquem a saúde da população negra. A saúde das populações negras rurais, comunidades tradicionais quilombolas e das religiões de matriz africana, a medicina tradicional africana, práticas interativas, populares e complementares. O Genocídio, feminicídio e epistemicídio e seus impactos na saúde da população negra. As artes negras e a religiosidade como promotoras de saúde.
GT 12 - Estéticas/estesias da descolonização e do antirracismo: concepções, artefatos, performances
Coordenação: Prof. Dr. Jesiel Filho (UFBA)
O título desta proposta busca traçar um horizonte de referenciais que orientem para a adesão a um trabalho reflexivo e dialógico desdobrado a partir de enfoques e objetos artísticos tão variados, em sua natureza, quanto constituídos por sensibilidades diferenciais. Pretendemos dar espaço a apresenrtações, narrativas e debates que, para além da reprodução descritiva, ou da reconstrução interpretativa de obras e experiências artísticas que se situam no campo identitário etnicorracial (destacadamente o afro-negro-diaspórico, em articulação interseccional aos campos da sexualidade e dos estamentos de classe), deem relevo à problematização das especificidades de produção e recepção das formas de polissemia, de perspectivação, de representação, de criação de sentidos conceituais e sensórios, de imaginários e subjetivações, que visam deslocar, interromper ou superar forças reprodutoras das epistemes da colonialidade e da raça. Partindo do arquivo de questões e idéias derivado das interlocuções entre pensadorxs como Valentin Mudimbe, Walter Mignolo e Grada Kilomba, também interessa a este GT estabelecer diálogos teórico-críticos com fontes alternativas (sobretudo situadas no Sul Global) para a discussão de trabalhos artísticos engajados nas tarefas da reemergência e reinvenção cultural, bem como para a problematização de cânones clássicos ou modernos do ocidentalismo e da branquidade.
GT 13 - Escritas de si, memórias e vivências identitárias
Coordenação: Profa. Dra. Isabelle Sanches (UNEB) | Profa. Dra. Maria Nazaré Mota de Lima (UNEB)
O grupo acolhe trabalhos que, utilizando diversas linguagens, expressem retratos de si e do outro, por meio de textos escritos e/ou falados, composições musicais, filmes, performances, memórias, vivências de pessoas que convivem com desigualdades, exclusões, estigmatizadas por causa de suas identidades de gênero, raça, etnia, sexualidade, religiosidade, territorialidade. As autorias, individuais ou coletivas, podem emergir de pessoas e/ou grupos com vínculos diversos, experiências educacionais, religiosas, artístico-culturais, dentre outras, resultantes de ações engendradas em espaços sociais, de modo geral.
GT 14 - Educação das Relações Étnicas
Coordenação: Dra. Marise de Santana (UESB) | Prof. Dr. Edson Dias Ferreira (UEFS) | Prof. Dr. Natalino Perovano Filho (PPGREC- UESB) | Prof. Dr . Marcos Lopes Lopes de Souza (UESB)
Este grupo de trabalho busca entender o fenômeno Étnico e seus processos de adscrições enunciadores de Identidades, Raça/Racismos, Culturas, Grupos Étnicos que denunciam relações culturais e raciais assimétricas, fruto dos processos contemporâneos de descolonização e decolonização. Nesta perspectiva as pesquisas interdisciplinares em que estes diferentes pesquisadores e pesquisadora vêm desenvolvendo em seus diferentes grupos de pesquisas, buscam entender de forma interdisciplinar as Relações Étnicas e suas possibilidades de interfaces com as seguintes temáticas: Legados Africanos incluindo as Religiões de Matrizes africanas, Imagens enunciadas por Linguagens Visuais, Construções das Etnicidades de Gênero e Sexualidades. Tais estudos vêm tomando categorias que se estabelecem como páreas, parceiras, que não permitem assimetrias entre elas, mas denunciam as assimetrias impostas por padrões sociais brancos, heterossexuais e maniqueístas.
GT 15 - Infância(s) Negras(s) – Educação, Cultura e Interseccionalidade: desafios contemporâneos para a igualdade étnico-racial entre crianças, na Bahia
Coordenação: Profa. Dra. Flávia de Jesus Damião (UFBA) | Profa. Dra. Mighian Danae Ferreira Nunes (UNILAB) | Profa. Dra. Cristina Teodoro (UNILAB) | Profa. Dra Nanci Helena Rebouças Franco (UFBA)
O Grupo de Trabalho objetiva propiciar um espaço para o intercâmbio de experiência entre aquelas e aqueles que desenvolvem ações direcionadas às infância(s) negra(s) em diferentes espaços e/ou campos de atuação, como, por exemplo nas universidades, em instituições de Educação Infantil na modalidade creche e/ou pré-escola, nos anos iniciais do ensino fundamental, nos movimentos sociais, nas organizações não-governamentais, nas comunidades e em secretarias de educação; enfim, na educação realizada em múltiplos espaços e âmbitos. As ações, pesquisas e práticas acerca do universo da (s) infância(s) negra(s), que ganham ênfase são aquelas voltadas à uma perspectiva interseccional: articulação entre as categorias de raça, idade/geração, gênero, classe social, religiosidade, pertencimento geográfico. O desafio posto é realizar uma aproximação e discussão sobre as múltiplas e dinâmicas experiências, sentidas e vividas pelas crianças negras, desde a tenra idade. É mais que urgente desenvolver estratégias de enfrentamento aos desafios tanto sócio-políticos quanto teórico-metodológicos colocados pela realidade no que tange os sentidos e significados de ser bebê e criança negra, no contexto do estado da Bahia.
O horizonte é constituir um espaço coletivo de reflexão, visando potencializar as estratégias de enfrentamento aos problemas que contornam a vida das crianças negras baianas – destacando aqui os bebês e as crianças bem pequenas - produzindo, assim, novas narrativas, novas miradas epistemológicas, novas estratégias de lutas e modos de vida que contribuam para a elaboração de políticas promotoras de igualdade étnico-racial para que os mesmos, que são sujeitos históricos e de direitos, possam de fato ter direitos à infâncias dignas, equânimes, plenas e felizes!!!
GT 16 - Línguas Crioulas, o português falado em África e a história sociolinguística do Brasil
Coordenação: Prof. Dr. Gredson dos Santos (UFBA)
Trata-se de Grupo de Temático que, numa perspectiva histórica, concebe a constituição sociolinguística do Brasil como um processo multiétnico. Além disso, o GT encara como relevantes os debates acerca da formação de línguas pidgins e crioulas e das variedades de português falado em África. Assim, o GT acolhe trabalhos que ponham em debate: i) o papel, para a formação do chamado portugu& ecirc;s do Brasil, das línguas indígenas e das línguas africanas faladas pelas populações submetidas ao regime colonizador, genocida e escravocrata; ii) as consequências do aprendizado forçado da língua portuguesa por escravizados indígenas e africanos e pelas gerações deles descendentes; iii) características sociolinguísticas atuais das populações quilombolas; iv) os reflexos escolares contemporâneos da constituição do português num cenário historicamente multilíngue e multiétnico mas segregacionista; v) processos políticos e linguísticos ligados às línguas crioulas de base portuguesa; VI) o português falado em África; VII) as relações entre racismo e linguagem. Em termos gerais, o GT pretende evidenciar a importância da das investigaçõ es de cunho linguístico no debate racial brasileiro.
GT 17 - Raça e ciclo de políticas públicas: avançando na construção de um campo de estudos
Coordenação: Profa. Dra. Layla Pedreira Carvalho (UNILAB), Prof. Dr. Marcio André dos Santos (UNILAB)
O campo de estudo sobre as desigualdades tem, desde os estudos de Carlos Hasenbalg e Nelson Silva, no final da década de 1970, promovido importantes aportes para a análise de políticas públicas. Nos anos 2000 esse grande apanhado analítico em torno das desigualdades permitiu avanços no sentido de desenho e implementação de políticas de ação afirmativa, iniciativas que passaram então a dominar os debates sobre raça e políticas públicas. Em que pesem os avanços, entendemos que os debates sobre o ciclo e os efeitos das políticas públicas pouco refletem os processos racializados que estruturam a lógica de funcionamento das burocracias estatais. Buscamos neste GT trabalhos que problematizem os vieses raciais envolvidos no ciclo de políticas públicas, desde a formação da agenda até os processos de avaliação e análise produzida sobre essas políticas tanto por burocratas quanto por analistas políticos/as, buscando entender seus efeitos para a manutenção de uma espécie de colorblindness neste campo de estudos.
GT 18 - Literatura e cultura: identidades, nação e artes nos países da CPLP
Coordenação: Dra. Mariana Andrade (IEAf-UFPE) | Doutoranda Mel Adún (Universidade de Kentucky) |
Doutorando Vércio Gonçalves (PPGLitCult-UFBA)
Este GT buscará estabelecer diálogos que abarquem a multiplicidade/diversidade estética, histórica, social, política e cultural dos Estados que conformam a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste). Sob estes prismas, receberemos proposições que versem sobre diferentes linguagens artísticas e culturais, abordadas em perspectivas coloniais, independentistas, anticoloniais, pós/decoloniais, atualidades, em discussões acerca de gênero, raça, etnia, classe, sexualidades, queer, geração, questões migratórias/diaspóricas, nacionalismos e nacionalidades, modernidades e globalizações, territorialidades, temporalidades, escritas e oralidades, performances, partidarismos, movimentos sociais, etc.
GT 19 - Etnomatemática e Decolonialidade do Saber
Coordenação: Profa. Dra. Eliane Costa Santos (UNILAB) | Ms. Getúlio Rocha Silva (IFBA).
O grupo de trabalho Etnomatemática e Decolonialidade do Saber tem como proposta discutir a Etnomatemática enquanto uma teoria decolonial, fruto das experiências investigativas realizadas por autores e autoras negros(as) africanos(as) e/ou afrodiasporicos(cas), numa perspectiva de diálogos com epistemologias afrocentradas e que questionem as epistemologias educacionais eurocentradas, racistas e sexistas no âmbito da Educação Matemática. A proposta dentro das ETNO-MATEMA-TICAS contempla também abordagens não escolares, elaboradas por diferentes grupos socioculturais, tais como quilombolas, indígenas e por grupos profissionais: feirantes, marceneiros, lavradores, pedreiros, dentre outros.